Em entrevista exclusiva ao CQCS, líderes do mercado de seguros esclarecem as principais diferenças, vantagens e desvantagens entre o canal corretor e o canal banco. “Há uma diferença muito grande”, enfatiza o presidente do Sincor-SE, Érico Melo, que explica: “O corretor é treinando, especializado, para ver quais são as necessidades do cliente e oferecer as coberturas que são realmente necessárias. É diferente de outros canais onde o que importa é somente a produção”.
O dirigente acredita que a concorrência já está e deve continuar aumentando. “Por isso, o corretor precisa estar atualizado e focar no relacionamento com o cliente, que sempre será o seu grande diferencial. O nosso maior foco é a busca incessante pela satisfação do cliente por meio de coberturas que, de fato, atendam às necessidades dele, porque o importante é proteger o segurado. É garantir que, quando ele precisar, a cobertura atenda às necessidades dele”, afirma.
Já o advogado e vice-presidente da Fenacor, Dorival Alves de Sousa, lembra que o consumidor deve levar em consideração o que acontece antes e depois de contratar uma apólice de seguro. “A contratação em si é só o primeiro passo de todo o processo que o consumidor deve observar. É no pós-venda que podem acontecer problemas com a apólice de seguro, mudanças que podem gerar endossos, ou os tais famigerados sinistros”, alerta.
Ele adverte que é importante colocar, sempre, na balança os prós e contras de cada canal de distribuição e analisar qual deles entregará a melhor proteção e o serviço mais adequado para cada perfil de cliente.
“A maioria das pessoas que movimentam uma conta bancária já deve ter sido assediado pelo gerente da agência ou por um dos funcionários da própria agência oferecendo aplicações financeiras, empréstimos, cartão de crédito, financiamentos ou mesmo Seguros, sendo que as apólices de Seguros de Automóvel, Vida, Previdência e Capitalização são as mais disputadas. Muita das vezes, até por comodidade, o cliente pode aceitar a proposta que o seu gerente está oferecendo e contratar uma apólice de seguro, inclusive pelo telefone, sem procurar outras opções. Mas esse caminho pode não ser o mais recomendável. Obviamente, o banco não irá oferecer a melhor proposta. Muitas das instituições bancárias possuem uma seguradora ou trabalham em parceria com uma determinada seguradora, comercializando os produtos da tal seguradora”, pondera.
Outro ponto destacado por Dorival é que, em uma corretora de seguros, o consumidor conseguirá identificar e selecionar as coberturas e benefícios disponíveis em planos diferentes de uma mesma seguradora, sem ficar engessado em um único plano oferecido pelo gerente da agência do banco.
“Uma diferença notável entre o banco e a corretora de seguros é que o profissional Corretor de Seguros estará à disposição praticamente 24 horas por dia e a instituição financeira apenas no horário comercial. Além do que, o gerente ou funcionários do banco vende um produto pré moldado, engessado, sem opções para os clientes, um produto de prateleira que não irá contemplar todas as coberturas que o cliente necessita para garantir seu patrimônio, ou garantir sua vida”, pontua, finalizando em seguida: “O consumidor deve estar atento às condições de vendas, como, por exemplo, no caso de venda casada, que é totalmente ilegal, tanto no banco como em outro lugar. Ela é repelida pelo poder judiciário. Não se pode vincular a compra de um produto ou serviço a outro, isso é vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro”.
Fonte: CQCS